Itapemirim é um município brasileiro do estado do Espírito Santo. Sua população estimada em 2004 era de 31.334 habitantes. Está dividido em 4 distritos,
a saber, Itapemirim (sede), Itapecoá, Rio Muqui e o Itaipava, distrito
que concentra a maior contingente urbano do município com 20,5 mil
habitantes.
História
O município de Itapemirim, antes da criação do município de Cachoeiro de Itapemirim, abrangia todo o sul do estado do Espírito Santo até a fronteira com Minas Gerais. O município ocupa a região do baixo rio Itapemirim, que com seu afluente, o rio Muqui do Norte, tem importância decisiva na vida sócio econômica da região. A mais antiga referência sobre povoamento da região remonta a 1539,
quando Pedro da Silveira estabeleceu-se próximo a foz do Itapemirim com
uma fazenda. A região, entretanto permaneceu até ao século XVIII, sem
nenhuma maior ocupação. Somente após o célebre ataque dos índios Puris, em 1771, que os mineradores da região da Serra do Castelo,
em fuga, vieram, em parte se estabelecer na foz do Rio Itapemirim. Dois
destes mineradores, Pedro Bueno e o capitão Baltazar Caetano Carneiro,
adquiriram os direitos de Inácio Cacundo a uma fazenda, com engenho de açúcar,
que fora fundado em torno de 1700 por Domingos de Freitas Bueno
Caxangá. Esta propriedade, denominada Fazendinha, localizava-se onde é a
cidade de Vila de Itapemirim. Entre os fugitivos dos puris estava o
vigário do Arraial de Santana de Castelo, padre Antônio Ramos e Macedo que trouxe para a então capela da Fazendinha as imagens de Nossa Senhora da Conceição, São Benedito, a pia batismal e o sino que serviram para a nova paróquia, depois dedicada a Nossa Senhora do Amparo.
A região progrediu com o surgimento de novas fazendas, a concessão de sesmarias
e a legalização das propriedades, no período final do século XVIII e
início do século XIX. Toda vida econômica baseava-se na cultura da cana de açucar e na produção de açúcar e aguardente. O progresso tornou-se tal que, pelo alvará de 27 de julho de 1815, foi criado o município de Vila de Itapemirim, sendo o patrimônio da Câmara demarcado pelo ouvidor José Libano de Souza, numa área de meia légua quadrada e instalada a 9 de agosto de 1815.
Nesta época havia nove engenhos de açucar desde a foz do Rio Itapemirim
até as cachoeiras onde hoje fica a cidade de Cachoeiro de Itapemirim.
Eram eles: Aguapé, barra Seca, Areia, Boa Vista, Cutia, Paineiras, Poço
grande e São Gregório da Ribeira. A população da região atingiu em 1824,
2.332 habitantes. A importância da região devia-se aos seguintes
fatores: grandes propriedades agrícolas produtoras de cana-de-açúcar e
posição estratégica da Vila de Itapemirim, que além de servir de porto
escoadouro da produção, situava-se no encontro entre a chamada Estrada Geral, que unia pelas praias, Vitória ao Rio de Janeiro, e a ligação com o interior, especialmente com a estrada do Rubim na Serra do Castelo.
Em 1828, a Vila de Itapemirim possuía apenas duas lojas de fazendas e
três de mantimentos e bebidas, havendo uma escola de primeiras letras
com doze alunos.
O progresso regional estava intimamente ligado a produção de
cana-de-açúcar e aguardente. Este trabalho agrícola exigia mão-de-obra
escrava que nem sempre era pacíficas ordens e os tratos recebidos.
Exemplo disso foi o levante de escravos de 1831 que atingiu grandes proporções. Mesmo após a lei que proibia o tráfico de escravos, tentou-se em Itapemirim o desembarque deles, em 1851 e 1852, com os navios negreiros Sociedade Feliz e Segundo, respectivamente, que foram rendidos. O barão de Itapemirim era acusado de ser o principal protetor dos traficantes de negros escravos do Espírito Santo.
Uma estatística de 1851
mostra o poderio econômico de Itapemirim. Nesta fase máxima, em seu
território, produzia-se mais da metade de todo o açúcar de aguardente do
Espírito Santo. Havia 22 engenhos com 1.348 escravos produzindo 78.700 arrobas
de açúcar, 12 estabelecimentos produzindo 622 pipas de aguardente, além
de 13 grandes fazendas, com 415 escravos rendendo 18.600 arrobas de café.
Este notável desenvolvimento econômico, produzido pelo cultivo de
cana-de-açúcar, resultou no período de maior projeção do Município de
Itapemirim, que foi entre 1850 e 1870. Já em 1852 o porto de Itapemirim era ligado por navegação regular a vapor com Anchieta (Benevente), Guarapari, Vitória, Santa Cruz, São Mateus, Caravelas
(BA) e exportava principalmente o açúcar, a aguardente e o café da
região. Desde o período são grandes os casarões de fazenda, hoje
desaparecidos em quase toda sua totalidade, inclusive o que tinha forma
de castelo da Fazenda Santo Antônio de Muqui, pertencente ao Barão de
Itapemirim. São desta época também os casarões que enriqueceram a
paisagem urbana da Vila de Itapemirim e a Igreja de Nossa Senhora do
Amparo, que é a terceira construída no local. Precedeu-a a antiga capela
da Fazendinha que durou até 1815, quando o Presidente da Província Francisco Alberto Rubim iniciou a construção da Segunda que logo ficou superada pelas necessidades e exigências da vila que progredia.
Boa parte das construções na Vila de Itapemirim tiveram como material
as pedras que vinham nos navios, servindo de lastro, que eram
despejadas para dar lugar ao açúcar para embarcar. Com a decadência do
açúcar, pelo aviltamento nacional de seus preços, surgiu no interior do
Vale de Itapemirim e provocou a emancipação, a 25 de março de 1867. O
município de Itapemirim ficou reduzido a uma breve faixa costeira.
Assim, iniciou-se um processo lento, mas contínuo de decadência, pois o
açúcar já não mais tinha grande representação econômica e a região do
café, que gerava riqueza, ficou toda anexada ao novo município de
Cachoeiro de Itapemirim. Em 1871 havia no município de Itapemirim 4.680
habitantes livres e 2.013 escravos. No ano seguinte, em função da
necessidade de exportar o café produzido no interior, o capitão Hanrique
Deslandes teve a concessão para explorar a navegação a vapor entre o
porto de Itapemirim e Cachoeiro. Esta navegação iniciou-se em 3 de abril
de 1876, com quatro vapores acrescida posteriormente de mais quatro
outros, sendo um exclusivo de passageiros.
A navegação do Rio Itapemirim prosseguiu, com algumas dificuldades
até que em 1881, o Capitão Deslandes transferiu ao português Simão
Rodrigues Soares a concessão. Nesta nova fase, com a subvenção oficial
de 18 contos de reis por ano, restabeleceu-se, ampliou-se a navegação,
que atingiu também portos vizinhos e fez desenvolver no porto da barra
de Itapemirim um novo centro urbano, a Barra de Itapemirim, com
imponência do Trapiche, construído em 1866, e de outros casarões e
igrejas do final do século. Mas a região empobreceu e servia apenas de
entreposto comercial para o interior que sucessivamente aumentava sua
produção cafeeira. No governo de Muniz Freire (1892 a 1896) foi feito um contrato para estabelecer um engenho central em Itapemirim, entretanto somente no Governo Jerônimo Monteiro
(1908 a 1912) houve a efetivação de medida, com a criação da Usina
Paineiras, destinada a modernizar e ampliar a produção de açúcar,
substituindo os velhos e antieconômicos engenhos. No início do século,
com o desmatamento do vale, o Rio Itapemirim começou a apresentar sérias
dificuldades para a navegação devido ao assoreamento de seu leito.
Também, nesse período, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Itapemirim, que ligava o Porto da Barra do Itapemirim até a Usina Paineiras e, posteriormente (1920), de Paineiras até Cachoeiro.
Com a ligação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim ao Rio de
Janeiro (1903) a Vitória (1910) e o assoreamento da foz do rio, o porto
da Barra de Itapemirim, que era o principal e único fator de riqueza no
município foi desativado. Itapemirim também servia de entreposto da
Colônia do Rio Novo e a ela era ligado por um canal artificial,
denominado Canal do Pinto, construído pelo engenheiro Pinto. Este canal
perdeu sua função a partir da construção da Estrada de Ferro do Litoral,
em 1928, que ligava Rio Novo do Sul a Paineiras, e da Estrada de Ferro
Itapemirim. Entretanto, com a abertura rodoviária ligando Cachoeiro ao
Rio de Janeiro e à Vitória, via Rio Novo, a Estrada de Ferro do litoral
perdeu sua razão de ser e foi extinta. Consequentemente, o Município de
Itapemirim ficou isolado do desenvolvimento até que muito recente, com
as aberturas de vias de comunicação (estradas), houve sua reintegração
ao progresso regional.
Demografia
A maioria da população é descendente de portugueses,negros, italianos, sírios, Libaneses e indígenas .
Cor/Raça | Percentagem |
---|---|
Brancos | 49,5% |
Negros | 5,9% |
Pardos | 43,0% |
Amarelos | 1,6% |
Fonte: Censo 2010
Turismo
Itapemirim faz parte da Rota da Costa e da Imigração e é um dos raros
recantos do sul onde a proximidade entre o mar e a montanha é menor. O
calor das areias das praias de Itaipava, Itaóca e Ilha dos Franceses
contrasta com o clima ameno do Frade e a Freira, às margens da BR-101.
A exuberante natureza granítica transformou-se no ponto alto dos
esportes de aventura como o vôo livre, rapel e trilhas. No Frade e a
Freira ou no Monte Aghá, de frente para o mar, a vista panorâmica nos
remete às longas distancias presenteadas pelo nascer do sol ou da lua.
A lagoa Guannandy ou mais conhecida como lagoa do Gomes tem seu
potêncial turistico crescente cada vez mais.Turistas de todo o estado
vem desfrutar de uma imensidão de água doce.
Todo o distrito de Itaipava localiza-se em uma APA(Área de
Preservaçao Ambiental),compreendendo desde a fóz do rio Itapemirim na
divisa com o Municipio de Marataizes até grande parte do municipio
limitrofe ao norte, a cidade de Piúma.
Economia
A economia local gira em torno da cana-de-açúcar, o leite e a pesca.
Itapemirim possui uma das maiores empresas de exportação do Brasil,
situada no distrito de Itaipava, a Atum do Brasil
possui uma complexa estrutura para receptação e envio de pescados,
beneficiando mais de 2000 famílias que sobrevivem da pesca, e também, a
usina Paineiras, Situada no Bairro de Paineiras, movimenta a economia
local com o beneficiamento da cana de açucar.