CIDADES DO ESPÍRITO SANTO EM ORDEM ALFABÉTICA: Espírito Santo (estado)

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Espírito Santo (estado)

O Espírito Santo é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na região Sudeste. Faz fronteira com o oceano Atlântico a leste, com a Bahia ao norte, com Minas Gerais a oeste e noroeste e com o estado do Rio de Janeiro ao sul. Sua área é de 46 095,583 km². É o quarto menor estado do Brasil, maior apenas que Sergipe, Alagoas e Rio de Janeiro.5 Sua capital é o município de Vitória, e sua cidade mais populosa, o município de Serra. O Espírito Santo é, ao lado de Santa Catarina, os únicos entre os estados do Brasil no qual a capital não é a maior cidade. Outros importantes municípios são Aracruz, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guarapari, Linhares, São Mateus, Viana e Vila Velha. O gentílico do estado é capixaba ou espírito-santense.5
Em 1535, os colonizadores portugueses chegaram na Capitania do Espírito Santo e desembarcaram na região da Prainha. Naquela época, teve início a construção do primeira povoação que recebeu o nome de Vila do Espírito Santo. Por causa que os índios atacaram a Vila do Espírito Santo, o líder Vasco Fernandes Coutinho fundou outra vila, naquela vez em uma das ilhas. Esta vila passou a ser chamada de Vila Nova do Espírito Santo (Vitória). Enquanto isso, a antiga recebeu o nome de Vila Velha. Houve um tempo, que poucas pessoas conhecem, em que houve a anexação do Espírito Santo à Bahia. Então, a capital da extinta Capitania do Espírito Santo passou a ser Salvador.6
Atualmente, a capital Vitória é um importante porto exportador de minério de ferro. Na agricultura, merecem destaque os seguintes produtos econômicos: o café, arroz, cacau, cana-de-açúcar, feijão, frutas e milho. Na pecuária, há criação de gado de corte e leiteiro. Na indústria, são fabricados produtos alimentícios, madeira, celulose, têxteis, móveis e siderurgia.6 O estado também possui festas famosas. Entre elas podemos citar: a Festa da Polenta em Venda Nova do Imigrante, a Festa da Penha em Vila Velha e o Festival de Arte e Música de Alegre. O Vital (carnaval fora de época, em novembro) foi extinto.6
O nome do estado é uma denominação dada pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho que ali desembarcou em 1535, num domingo dedicado ao Espírito Santo.7 Como curiosidade dessa etimologia, merece destaque o Convento de Nossa Senhora da Penha, símbolo da religiosidade capixaba que abriga em seu acervo a tela mais antiga da América Latina, a imagem de Nossa Senhora das Alegrias.8

Etimologia

Em junho de 1534 foram concedidas cinquenta léguas de litoral entre os rios Mucuri e Itapemirim. A concessão foi feita pelo rei de Portugal Dom João III entregando o lote da capitania ao veterano das Índias. Vasco Fernandes Coutinho, um português, desembarcou no território da capitania, a 23 de maio de 1535, e deu o nome ao futuro estado por ser domingo do Espírito Santo. No mesmo dia foi fundada uma vila, denominada pelo donatário como Vila do Espírito Santo (atual cidade de Vila Velha).9 Em 1535, a vila deu o nome à capitania, à província em 1822 e ao estado (1889).10 Tal fato ocorreu 35 anos após o Descobrimento do Brasil, conforme tenha sido explicado que a capitania hereditária foi um dos estados mais antigos do Brasil.9
Os habitantes naturais do estado do Espírito Santo são denominados capixabas (ou espírito-santenses). O gentílico foi dado aos futuros cidadãos do Espírito Santo devido às roças de milho que ficavam na ilha de Vitória. As roças de milho pertenciam aos índios, os primeiros habitantes da região quando os portugueses aí chegaram. Tudo leva a crer que a referida assertiva intelectual ajuda a evitar a confusão do nome da unidade federativa brasileira com o nome da terceira pessoa da Santíssima Trindade.11

História

Período pré-cabralino

Família de índios botocudos.
Inicialmente, a região era habitada por diversas tribos indígenas,12 todas pertencentes ao tronco Tupi; as tribos do interior eram chamadas de Botocudos,12 sendo-lhes atribuído comportamento hostil e belicoso, além da prática de antropofagia.13 No litoral, as tribos também eram hostis, porém de hábitos um pouco diferentes.12
Na região Sul do actual estado e na região da serra do Caparaó, as tribos não eram hostis,12 e o seu nome deriva de seu hábito de levar os visitantes para "ouvir o silêncio" da Serra do Castelo.12 As demais tribos eram os aimorés e os goitacás.12





Primeiros tempos

 




Em 23 de maio de 1535, o fidalgo português Vasco Fernandes Coutinho, veterano das campanhas da África e da Índia, aportou em terras da capitania, que lhe destinara o rei D. João III.14 Como era um domingo do Espírito Santo, chamou de vila do Espírito Santo a povoação que mandou construir nas terras que lhe couberam: cinquenta léguas de costa, entre os rios Mucuri e Itapemirim,15 com outro tanto de largo, sertão adentro, a partir do ponto em que terminava, ao norte, o quinhão concedido a Pero de Campos Tourinho, donatário da capitania de Porto Seguro.16 A Vila do Espírito Santo é hoje a cidade de Vila Velha.17 Ainda em 1535, a vila passou à capitania, em 1822 a província e em 1889 a estado.
A fixação da vila foi uma história de lutas, pois os índios não entregaram aos portugueses, sem resistência, suas roças e malocas. Recuaram até a floresta, onde se concentraram para iniciar uma luta de guerrilhas que se prolongou, com pequenas tréguas, até meados do século XVII.16 Foi assim das mais duras a empresa cometida a Vasco Fernandes Coutinho. Para o patriarca do Espírito Santo a capitania foi um prêmio que se transformou em castigo; teve de empenhar todos os haveres para conservar sua vila; acabou por morrer pobre e desvalido.16
Além da insubmissão dos indígenas, o donatário teve de enfrentar as dissensões entre os portugueses. A seus companheiros Jorge de Meneses e Duarte Lemos concedera extensas sesmarias, usando os poderes que recebera juntamente com a carta de doação. Com isso, criou dois rivais implacáveis.16
José de Anchieta (1534-1597).
Duarte de Lemos fundou Vitória — chamada de Vila Nova — na ilha de Santo Antônio, em posição estratégica, mais vantajosa que Vila Velha para a defesa contra os constantes ataques dos silvícolas. Para lá se transferiu a sede da capitania. À mesma época, chegaram os missionários jesuítas, empenhados na catequese, o que provocou choques com os colonos, que preferiam a dominação do gentio pela escravidão. A presença do padre José de Anchieta deu um sentido muito especial à ação dos padres da Companhia de Jesus em terras do Espírito Santo. Desde 1561, Anchieta elegera para seu refúgio a aldeia de Reritiba, de onde teve de se afastar constantemente, em virtude de seus encargos, ora em São Paulo, no Rio de Janeiro ou na Bahia. Dois poemas escreveu ele em Reritiba: "De Beata Virgine dei Marte Maria" ("Da Santa Virgem Maria Mãe de Deus") e "De gestis Mendi de Saa" ("Dos feitos de Mem de Sá"). Neste último, está descrita a epopeia de uma esquadra enviada da Bahia por Mem de Sá, governador-geral do Brasil, em socorro a Vasco Fernandes Coutinho e sua gente, que estavam sob cerco dos tamoios na ilha de Vitória. A maior força dos gentios estava concentrada numa aldeia forrificada junto ao rio Cricaré. Ali ocorreu a batalha decisiva, em 22 de maio de 1558. Os portugueses, embora vitoriosos, sofreram pesadas baixas. Entre os mortos estavam o próprio filho de Mem de Sá, Fernão de Sá, que comandava a esquadra; e dois filhos de Caramuru (Diogo Álvares Correia) com a índia Paraguaçu.18
Thomas Cavendish (1555-1592)
A posição estratégica da capitania, dada a proximidade com o Rio de Janeiro, ocasionou algumas tentativas estrangeiras de invasão. Em 1592, os capixabas rechaçaram uma investida dos ingleses, sob o comando de Thomas Cavendish. Em 1625, o donatário Francisco de Aguiar Coutinho enfrentou a primeira investida dos holandeses, comandados por Pieter Pieterszoon Heyn,18 luta em que se destacou a heroína capixaba Maria Ortiz.19 Em 1640, com sete navios, os holandeses atacaram novamente o Espírito Santo, sob o comando do coronel Koin. Conseguiram desembarcar 400 homens, mas foram repelidos pelo capitão-mor João Dias Guedes e não se firmaram em Vitória. Atacaram então Vila Velha, de onde foram também rechaçados. O governo colonial, diante de tão repetidos ataques, resolveu destacar para Vitória quarenta infantes da tropa regular.18 Nessa oportunidade a capitania progride e Koin captura duas naus carregadas de açúcar que, atingidas pelo fogo de terra, ficam com a carga quase toda avariada.18
O esgotamento da população, que nos primeiros tempos, por diversas vezes, ameaçara desertar a capitania, bem como a incapacidade de dar seguimento a sua incipiente agricultura, denunciavam a fraqueza dos alicerces em que se baseava a colonização local. Também aí os recursos particulares revelaram-se insuficientes para manter empresa tão árdua e onerosa.18
Em 1627, morreu o donatário Francisco de Aguiar Coutinho, cujo sucessor, Ambrósio de Aguiar Coutinho, não se interessou pelo senhorio e continuou como governador nos Açores. Sucederam-se os capitães-mores, com frequentes e sérias divergências entre eles e os oficiais da câmara. Ao atingir a maioridade, em 1667, Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho, último descendente do primeiro donatário, conseguiu a nomeação para capitão-mor de Antônio Mendes de Figueiredo, governante operoso e estimado. Em 1674 efetuou-se a compra do território ao último donatário da família Câmara Coutinho pelo fidalgo baiano Francisco Gil de Araújo, por quarenta mil cruzados, transação confirmada por carta régia de 18 de março de 1675.18

Esmeraldas

Escultura de Fernão Dias Pais, exposta no Museu Paulista.

No governo do novo donatário, o comércio e a lavoura se desenvolveram, mas foi totalmente frustrado o motivo principal da compra da capitania: o descobrimento das "pedras verdes" — as esmeraldas. Essa busca começara por iniciativa do governo-geral. As expedições iniciais, denominadas por alguns historiadores "ciclo espírito-santense", incluem-se na categoria das entradas.20 Na verdade, o ciclo limitou-se a poucas expedições relevantes, cuja importância está menos nos resultados obtidos, do que na dinamização do interesse pela área e em um maior conhecimento do interior. Entre as mais destacadas, contam-se as de Diogo Martins Cão (1596), Marcos de Azeredo (1611) e Agostinho Barbalho de Bezerra (1664), que vasculharam as imediações do rio Doce. Francisco Gil de Araújo fundou a vila de Nossa Senhora de Guarapari e construiu os fortes do Monte do Carmo e de São Francisco Xavier; o de São João, encontrado em ruínas, foi reconstruído.20
Gil de Araújo promoveu 14 entradas através do rio Doce, dirigidas à serra das Esmeraldas, as quais podem ter travado contato com os paulistas de Fernão Dias Pais. Da grande atividade e do vultoso emprego de capital realizados por Francisco Gil não resultou qualquer descoberta metalífera, embora se tenham produzido alguns frutos na valorização das terras, pelo estabelecimento de povoadores e criação de novos engenhos.20 Os lucros, de qualquer modo, não compensaram o investimento feito. Seu filho e herdeiro, talvez por esse motivo, preferiu conservar-se ausente do senhorio e, por morte deste, a capitania tornou-se devoluta, sendo vendida à coroa por Cosme Rolim de Moura, primo do último donatário. Em consequência, ficou o Espírito Santo submetido à jurisdição da Bahia, e seu governo sempre a cargo de displicentes capitães-mores.20
Durante o século XVIII ainda perdurou o interesse pela mineração, reanimado pela descoberta de Antônio Rodrigues Arzão de pequena quantidade de ouro no rio Doce, em 1692. Seguiram-se numerosas entradas, dando início à abertura do caminho para as Minas Gerais, enquanto as jazidas do Castelo e outras atraíam moradores de capitanias vizinhas.20 Assistiu-se a um novo impulso de conquista e ocupação do interior, e as concessões de sesmarias favoreceram a fixação dos colonos mais empreendedores. O movimento desperrou a atenção das auroridades baianas, e acabou prejudicado pelos cuidados do monopólio real e receio de invasão estrangeira às Minas Gerais a partir do Espírito Santo. Tomaram-se então medidas para fortificar melhor a capitania, enquanto por ordem do rei ficou proibido o prosseguimento das explorações. Impediu-se a abertura de entradas para as minas. A capitania defendia-se de surpresas marítimas e ficava isolada pelas defesas naturais: florestas cerradas e selvagens inimigos.20 A colonização, portanto, continuou sem maiores progressos, embora em 1741 fosse criada a comarca de Vitória, que abrangia São Salvador de Campos e São João da Barra. Em 1747 o ouvidor Manuel Nunes Macedo assim descrevia a situação de Vitória:20
Aqui não há cadeia nem Casa de Câmara, por terem caído de todo e não cuidarem os meus antecessores na sua reedificação (...)
pois a Câmara não tem rendimento algum.

— Manuel Nunes Macedo,
É certo que a obstinação dos mineradores e as melhorias efetuadas no sistema de defesa acabaram por diminuir o rigor das proibições e, em 1758, de acordo com ordem régia, abriu-se um caminho para as minas e estabeleceu-se um posto de quitação na vila de Campos.20
Em 1797, o regente D. João dirigiu-se ao governador da Bahia nesses termos:
Sendo-me devido em particular o reanimar a quase extinta capitania do Espírito Santo, confiada até agora a ignorantes e pouco zelosos capitães-mores, fui servido nomear para a mesma governador particular, que ora vos fica subalterno, e escolher um nome de conhecidas luzes e préstimo na pessoa do capitão-de-fragata Antônio Pires da Silva Pontes.21

— Dom João VI,
O novo governador assumiu o cargo em 29 de março de 1800. A obra de recuperação teve como objetivo principal melhores comunicações com a de Minas Gerais. Em 8 de outubro do mesmo ano, Silva Pontes assinou o auto, conjuntamente com o representante do governo de Minas, que regulou a cobrança de impostos entre as duas capitanias. Interessou-se também pela navegação do rio Doce, por abertura de estradas, pela ampliação dos cultivos e pelo povoamento da terra.20 Em 1810 a capitania tornou-se autônoma em relação à Bahia, e passou a depender diretamente do governo-geral. Governou na época Manuel Vieira de Albuquerque Tovar, que não se afastou do programa de Silva Pontes. Deu o nome de Linhares às antigas ruínas da aldeia de Coutins.20
O período colonial encerrou-se sob melhores auspícios, sobretudo em função da diligência de Francisco Alberto Rubim, nomeado governador em 1812. Rubim foi o autor da "Memória estatística da capitania do Espírito Santo", realizada em 1817, na qual afirmou haver na época na capitania 24.587 habitantes, seis vilas, oito povoados e oito freguesias. Consolidara-se a ocupação do território e ampliara-se a base demográfica. Em face das dificuldades enfrentadas, esses dados revelam um progresso nada desprezível.22
Em 20 de março de 1820 foi empossado como governador Baltazar de Sousa Botelho de Vasconcelos, a quem coube enfrentar os dias agitados da independência e passar a administração à junta do governo provisório. Antes mesmo de promulgada a constituição do império, foi nomeado presidente da província o ouvidor Inácio Acióli de Vasconcelos.22




Desenvolvimento da província

Durante o movimento de independência, em março e abril de 1821, ocorreram várias comoções políticas no Espírito Santo, enquanto se procedia à escolha de seus representantes às cortes de Lisboa. Após a proclamação da autonomia brasileira, foi dado total apoio à nova realidade política, e em 1º de outubro de 1822, reconhecido imediatamente D. Pedro na condição de imperador do Brasil.22

O governo provincial enfrentou séria crise econômica nos primeiros anos da década de 1820, ocasionada pelo estrangulamento da produção agrícola em razão da prolongada estiagem. Mesmo assim, iniciou a cultura cafeeira. Para tanto, incentivou o aproveitamento de terras por colonos estrangeiros, o que se deu simultaneamente à chegada de fazendeiros fluminenses, mineiros e paulistas.22 A exemplo das demais províncias do sul, no Espírito Santo essa experiência colonizadora baseou-se na pequena propriedade agrícola, que logo se estendeu ao longo da zona serrana central, em contraste com as áreas do sul daquela região, onde predominava a grande propriedade.22
Em 1846 fundou-se a colônia de Santa Isabel (Campinho) com imigrantes alemães de Hunsrück e em 1855 uma sociedade particular — depois encampada pelo governo — criou a colônia do Rio Novo com famílias suíças, alemãs, holandesas e portuguesas. Entre 1856 e 1862 houve considerável afluência de imigrantes alemães para a colônia de Santa Leopoldina, que tinha por sede o porto de Cachoeiro de Itapemirim, no rio Itapemirim, a cinquenta quilômetros da foz, no sul do estado.22 Rapidamente as antigas áreas de pastoreio pontilharam-se de pequenos estabelecimentos agrícolas, que demonstraram grande força expansiva. As colônias de Santa Isabel e Santa Leopoldina,por exemplo, criaram desdobramenros através de todo o planalto, entre os rios Jucu e Santa Maria, e mais tarde atravessaram o rio Doce.22
No processo de colonização enfrentaram os imigrantes, a par de outras dificuldades, o sério problema indígena na região do rio Doce. Malgrado os esforços de aldeamento e as tentativas de utilização de sua mão-de-obra, sucediam-se os choques com os colonos,22 e chegou mesmo a verificar-se grave contenda entre índios e moradores de Cachoeiro de Itapemirim,22 como elevado número de mortos e feridos, em 1825. Duas décadas depois, o comendador e futuro barão de Itapemirim, Joaquim Marcelino da Silva Lima, ainda tentou organizar um grande aldeamento à base de terras devolutas.22

Influência do café

Na república, o estado concorreu eficazmente para o progresso do país. Os canaviais haviam sido substituídos pelos cafeeiros. Ainda não tinha sido fundada nenhuma usina. Os engenhos centrais pouco a pouco desapareciam. Além de fazendeiros capixabas, que passam a cultivar o café, vieram também, com o mesmo propósito, fluminenses, mineiros e até paulistas, como o barão de Itapemirim.22
Graças ao trabalho profícuo desses colonos, quando se aboliu a escravidão dos negros — o que derrocou as grandes fazendas, de imediato ou não — a economia do Espírito Santo resistiu e proporcionou aos seus presidentes, depois de proclamada a república, os meios necessários para empreendimentos como a construção de estradas de ferro, expansão do ensino e organização de planos urbanos, com Muniz Freire; instalação de água, luz, esgoto, bondes elétricos, de um parque industrial, de uma usina elétrica e de uma usina de açúcar em Cachoeiro de Itapemirim e na vila de Itapemirim, de uma fazenda-modelo em Cariacica, além de reforma da instrução pública e construção de grupos escolares e de pontes entre Vitória e o litoral e Colatina e o norte do rio Doce. Essas e outras obras foram realizadas com recursos provenientes sobretudo do café produzido pelas colônias de imigrantes europeus organizadas desde a monarquia.22
Com a irradiação ferroviária que o café suscitou em meados do século XIX, o Espírito Santo beneficiou-se da rede de leitos, cujo centro estava em Campos dos Goitacases e que estabelecia comunicações entre duas importantes áreas cafeeiras: a Zona da Mata, em Minas, e o sul capixaba. Apesar de situada fora da região de cultivo, a cidade de Vitória foi a que mais progrediu sob o surto daquela lavoura, e já em 1879 processaram-se os primeiros estudos destinados à construção do porto, que deveria escoar toda a produção da província. Atendendo às novas exigências, em meados do século começou a funcionar a imprensa capixaba,22 23 com a circulação do jornal O Correio da Vitória,23 de propriedade de Pedro Antônio de Azeredo,23 a partir de 1849.23
Em 1850 a configuração territorial do Espírito Santo já assinalava a existência de dez municípios: Vitória, Serra, Nova Almeida, Linhares, São Mateus, Espírito Santo, Guarapari, Benevente (hoje Anchieta) e Itapemirim.23 Pouco antes a província perdera parte de suas terras, em virtude da desanexação de Campos dos Goitacases e São João da Barra, restituídas ao Rio de Janeiro em 1832.23

Abolição da escravatura

No final do século XIX, os capixabas, sobretudo a intelectualidade, aderiram ao movimento abolicionista. A exemplo do que aconteceu nas demais províncias, surgiram associações ligadas à emancipação, como a Sociedade Abolicionista do Espírito Santo (1869) ao lado de acirrada campanha jornalística e parlamentar. No próprio edifício da Câmara Municipal de Vitória fundou-se uma sociedade libertadora (1883). Durante a propaganda, evocava-se a crueldade dos castigos infligidos aos escravos, como sucedera após a insurreição de cerca de 200 negros no distrito de Queimados, em 1849.23
A abolição da escravatura, no entanto, conduziu os grandes proprietários à ruína, em virtude da privação da tradicional mão-de-obra. Assim, com o advento da república, o primeiro governador do estado não encontrou condições materiais para levar a efeito os planos preconizados pela propaganda republicana. As finanças da antiga província encontravam-se exauridas.23

Século XX

Ainda no final do século XIX, coincidindo com a fixação da constituição estadual (1891 e 1892), o governador eleito recorreu a reformas e incentivos econômicos que deram novo impulso ao estado. A fim de assegurar uma receita mais sólida, levantou empréstimos externos, que favoreceram a lavoura cafeeira e permitiram maiores investimentos agrícolas. O Espírito Santo obteve assim uma arrecadação cinco vezes mais alta que a da antiga província. Efetuou-se o saneamento de Vitória e em 1895 foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, entre Porto de Argolas e Jabaeté.23

Evolução econômica

A ocupação do norte do Espírito Santo só começou nas primeiras décadas do século XX, e ganhou novo impulso depois da construção da ponte de Colatina sobre o rio Doce, inaugurada em 1928. A economia capixaba contou com a migração de contingentes do sul e do centro do país para aquela área, e assim firmou-se o cultivo do café, que respondeu por 95% da receita em 1903. Durante a primeira guerra mundial, o porto de Vitória figurava como o segundo grande exportador nacional.23
Com a Revolução de 1930 assumiu a direção do estado, na qualidade de interventor, João Punaro Bley, mantido pelo Estado Novo até 1943, e sob cuja administração se iniciaram obras para ampliar o porto de Vitória e para construção de cais de minério, este arrendado em 1942 pela Companhia Vale do Rio Doce. No governo de Jones dos Santos Neves, em 1945, foi criada a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), primeira iniciativa referente ao ensino superior no estado.23 Para ampliar a exportação de minério de ferro oriundo de Minas Gerais, a Companhia Vale do Rio Doce construiu o porto de Tubarão, em Vitória, com capacidade para estocar um milhão de toneladas de minério, receber navios de até cem mil toneladas e carregá-los a um ritmo de seis mil toneladas por hora. As obras foram iniciadas em 1966 e terminadas em tempo recorde. Situado dez quilômetros ao norte da capital, é um dos maiores portos de minério do mundo. Com a transferência para Tubarão da maior parte da exportação de minério de ferro, o porto de Vitória ficou liberado para outras aplicações.23
Com a instalação de Tubarão a região foi dotada de uma infraestrutura que propiciou o surgimento de um novo complexo industrial, do qual faz parte uma usina de pelotização de minério de ferro, com capacidade de produção de dois milhões de toneladas anuais.23 Inaugurada em 1976, entrou em atividade em 29 de novembro de 1983, dez anos depois de iniciadas as obras, a Usina Siderúrgica de Tubarão, que representou um investimento total de três bilhões de dólares. A fase foi marcada por um intenso esforço de industrialização provomido pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo (Codes), mais tarde transformada no Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). No início da década de 70 foi criado o FUNDAP (Fundo de Desenvolvimento para Atividades Portuárias) que consistia de um incentivo financeiro para a instalação de empresas importadoras, incentivando as atividades portuárias. Instalaram-se fábricas de café solúvel, massas alimentícias, chocolates, azulejos e conservas de frutas, e aprovaram-se projetos para a implantação de fábricas de laticínios, calçados, material elétrico, óleos comestíveis e sucos cítricos.23

Século XXI

Renato Casagrande, atual governador do Espírito Santo.
Em novembro de 2007, é inaugurada a expansão da siderúrgica Arcelor Mittal Tubarão (ex-Companhia Siderúrgica de Tubarão) para ampliar a produção anual de placas de aço de 5 milhões para 7,5 milhões de toneladas.24 O estado é o maior produtor de placas de aço do Brasil.25

Em abril de 2008, a Polícia Federal realiza a Operação Auxílio-Sufrágio, que desmantela uma quadrilha especializada em fraudes contra a Previdência Social no estado.26 O deputado estadual Wolmar Campostrini (PDT) é acusado de ser líder do esquema.27 Por causa de trâmites burocráticos, as investigações ainda não foram concluídas e Campostrini mantém o cargo.27
Em outubro de 2008, o prefeito da capital, João Coser (PT) é reeleito em primeiro turno.28 Em 2010, Renato Casagrande (PSB) é eleito governador no primeiro turno, com 82,3% dos votos.29
A partir de 2006, a precariedade dos presídios passa a ser noticiada, pois provoca rebeliões, assassinatos e até esquartejamentos (na Casa de Custódia de Viana); em 2009, presos são mantidos em contêineres de aço, sem ventilação adequada, por falta de celas.30 Em março de 2010, essa situação é discutida em um painel na Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas.31 Cumprindo parcialmente compromissos assumidos, o governo desativa as celas metálicas e demole a Casa de Custódia de Viana, em maio de 2010.32 Em outubro, sete penitenciárias foram vistoriadas por uma comissão liderada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e da Ordem dos Advogados do Brasil.25 O relatório, a ser entregue à Procuradoria Geral da República, sugere providências urgentes e intervenção federal no sistema penitenciário do estado.25

Geografia

O estado do Espírito Santo ocupa uma área de 46 095,583 km² no litoral do Brasil, localiza-se a oeste do Meridiano de Greenwich e a sul da Linha do Equador e com fuso horário de menos três horas em relação à hora mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da região Sudeste, fazendo divisa com os estados de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. O estado é banhado pelo oceano Atlântico.33
Cerca de 40% do território do estado encontra-se em uma faixa de planície,34 porém a variação das altitudes é bem grande. O relevo apresenta-se dividido em duas regiões distintas: A Baixada Espíritossantense e a Serra do Castelo, na qual fica o Pico da Bandeira com 2.892 m, na serra de Caparaó.35 Seu clima predominante é o tropical de Altitude do tipo Cwb.36 O bioma (dominío morfoclimático) do estado são os chamados "Mares de Morros" caracterizados pela vegetação tropical, em climas mais amenos, formados por serras fortemente erodidas.37 Os principais rios capixabas são o Doce, o São Mateus, o Itaúnas, o Itapemirim e o Jucu. Os cinco integram as Bacias Costeiras do Sudeste.33
O clima é tropical litorâneo úmido, influenciado pela massa de ar tropical atlântica. As chuvas concentram-se no verão. A temperatura média varia entre 22 °C e 24 °C, e a pluviosidade, entre 1.000 mm e 1.500 mm anuais.33

Relevo

O Pico da Bandeira, com 2 891,8 metros de altitude, é o ponto culminante do estado e o terceiro ponto mais alto do Brasil

A maior parte do estado caracteriza-se como um planalto, parte do maciço Atlântico.38 A altitude média é de seiscentos a setecentos metros, com topografia bastante acidentada e terrenos arqueozoicos, onde são comuns os picos isolados, denominados pontões e os pães-de-açúcar. Na região fronteiriça com Minas Gerais, transforma-se em área serrana, com altitudes superiores a mil metros, na região onde se eleva a Serra do Caparaó38 ou da Chibata. Aí, se ergue um dos pontos culminantes do Brasil, o Pico da Bandeira, com 2 890m.35
De forma mais esquemática, pode-se compor um quadro morfológico do relevo em cinco unidades:
Ao contrário do que ocorre nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde constitui um escarpamento quase contínuo, no Espírito Santo o rebordo do planalto apresenta-se como zona montanhosa muito recortada pelo trabalho dos rios, que, nela, abriram profundos vales. A partir do centro do estado para norte, esses terrenos perdem altura e a transição entre as terras baixas do litoral e as terras altas do interior vai se fazendo mais lenta, até alcançar o topo do planalto no estado de Minas Gerais. Dessa forma, ao norte do Rio Doce, a serra é substituída por uma faixa de terrenos acidentados, mas de altura reduzida, em meio aos quais despontam picos que formam alinhamentos impropriamente denominados serras.41

Clima

Ocorrem no Espírito Santo dois tipos principais de climas, o tropical chuvoso e o mesotérmico úmido. O primeiro domina nas terras baixas e caracterizam-se por temperaturas elevadas durante todo o ano e médias térmicas superiores a 22 °C.38 O tipo Am, das florestas pluviais, com mais de 1.250mm anuais de chuvas38 e com uma estação seca pouco pronunciada, ocorre no litoral norte, no sopé da serra e na região de Vitória; o tipo Aw, com cerca de 1.000mm de chuva38 e estação seca bem marcada, ocorre no resto das terras baixas.41
O clima mesotérmico úmido, sem estação seca, surge na região serrana do sul do estado. Caracteriza-se por temperaturas baixas no inverno (média do mês mais frio abaixo de 18 °C).38 Observam-se, entretanto, bruscas alterações climáticas.42

Vegetação e hidrografia

Na vegetação, a floresta tropical revestiu outrora todo o território estadual.38 Com as sucessivas devastações que sofreu, extinguiu-se quase completamente na parte sul do estado, área de ocupação mais antiga. Aí, a busca de solos virgens por parte dos agricultores e a extração de lenha e de madeira de lei determinaram a proliferação de campos de cultura, pastagens artificiais e capoeiras. Apenas no norte do estado, onde ainda se desenvolve o processo de ocupação humana, podem ser encontradas algumas reservas florestais. A serra do Caparaó, local outrora revestido pela mata atlântica, hoje está totalmente devastada, e só apresenta vegetação campestre acima dos mil metros de altitude.41
Os principais rios do estado são, de norte para o sul,38 o Itaúnas,38 o São Mateus,38 o Doce38 e o Itapemirim,38 que correm de oeste para leste, isto é, da serra para o litoral. O mais importante deles é o Doce,38 que nasce em Minas Gerais38 e divide o território espírito-santense em duas partes quase iguais.40 Em seu delta formam-se numerosas lagoas, das quais a mais importante é a de Juparanã.40

Litoral

O litoral capixaba é rochoso ao sul, com falésias de arenito, e também na parte central, com grandes morros e afloramentos graníticos a beira mar, o litoral sul-central é muito recortado com muitas enseadas e baias protegidas por rochas e afloramentos rochosos a beira mar, é arenoso ao norte, com praias cobertas por uma vegetação rasteira e extensas dunas, principalmente em Itaúnas e Conceição da Barra. A 1.140 quilômetros da costa, em pleno Oceano Atlântico, encontram-se a Ilha da Trindade (12,5 km²) e as Ilha de Martim Vaz, situadas a 30 quilômetros de Trindade. Essas ilhas estão sob a administração do Espírito Santo.43
O estado possui um litoral mais recortado no centro-sul, e mais mar aberto no norte, o que faz a maior parte das ilhas se concentrarem na parte central do estado, porém o estado possui várias ilhas. Ao todo, são 73 ilhas localizadas na costa do estado, sendo 50 localizadas na capital Vitória.43

Panorama da orla de Ubu, no município de Anchieta.

Ecologia

No Espírito Santo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) administra dezessete unidades de conservação: dois parques nacionais, seis reservas biológicas, três reservas particulares do patrimônio natural, duas áreas de proteção ambiental, uma estação ecológica e três florestas nacionais.44
O estado também é conhecido por possuir diversos locais que servem para armazenamento dos ovos de Tartarugas-marinhas (Cheloniidae). No estado, o TAMAR, um projeto conservacionista brasileiro dedicado à preservação de espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção, mantém sete bases do projeto no estado: Itaúnas, Guriri, Pontal do Ipiranga, Povoação, Vila de Regência, Ilha da Trindade e Anchieta. Os trabalhos de monitoramento das praias realizados pelas equipes do TAMAR normalmente são realizados entre os meses de setembro e março, no fim do período reprodutivo. As tartarugas marinhas demoram até 20 anos para chegar à idade reprodutiva e de cada mil filhotes que nascem apenas um chega à fase adulta. Ou seja, das 100 mil tartarugas nascidas no último ano, daqui a vinte anos, provavelmente, estima-se que apenas 100 retornem para desovar.45

Demografia

Crescimento populacional
Censo Pop.
1872 82 137
1890 135 997
65,6%
1900 209 783
54,3%
1920 457 328
118,0%
1940 790 149
72,8%
1950 957 238
21,1%
1960 1 170 858
22,3%
1970 1 599 333
36,6%
1980 2 023 340
26,5%
1991 2 598 231
28,4%
2000 3 097 232
19,2%
2010 3 512 672
13,4%
Fonte: IBGE46
Segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, em 2010, o estado do Espírito Santo possuía 3 512 672 habitantes, sendo o décimo quarto estado mais populoso do Brasil, representando 1,8% da população brasileira.2 47 Segundo o mesmo censo, 1 729 670 habitantes eram homens e 1 783 002 habitantes eram mulheres.2 Ainda segundo o mesmo censo, 2 928 993 habitantes viviam na zona urbana e 583 679 na zona rural.2 Em dez anos, o estado registrou uma taxa de crescimento populacional de 13,59%.48
Em relação ao ano de 1991, quando a população era de 2 598 231,49 esses números mostram uma taxa de crescimento anual de 2% ao ano, inferior a do Brasil como um todo (1,6%) para o mesmo período (1991-2000).50 Ainda segundo o censo demográfico de 2000, o Espírito Santo é o décimo quarto estado mais populoso do Brasil e concentra 1,82% da população brasileira.50 Do total da população do estado em 2000, 1 562 426 habitantes são mulheres e 1 534 806 habitantes são homens.51 Para 2006, a estimativa é de 3 464 285 habitantes.50

Densidade demográfica do Espírito Santo.
  0-25 hab/km²
  25-50 hab/km²
  50-100 hab/km²
  100-150 hab/km²
  150-200 hab/km²
  200-300 hab/km²
  300-400 hab/km²
  400-500 hab/km²
  > 500 hab/km²
Nos últimos anos, o crescimento da população urbana intensificou muito, ultrapassando o total da população rural. Segundo a estimativa de 2000, 67,78 dos habitantes viviam em cidades.51 Dois municípios capixabas mantêm o pomerano como segunda língua oficial (além do português): Vila Pavão52 e Santa Maria de Jetibá.53 54 Também foi aprovada em agosto de 2011 a PEC 11/2009, emenda constitucional que inclui no artigo 182 da Constituição Estadual a língua pomerana, junto com a língua alemã, como patrimônios culturais do Estado.55 56 57 58
A densidade demográfica no estado, que é uma divisão entre sua população e sua área, é de 76,23 habitantes por quilômetro quadrado, sendo a sétima segunda maior do Brasil e com uma densidade comparada à do país asiático Malásia.59 A distribuição da população estadual é desigual, apresentando maior concentração na região serrana, no interior. Nessa área, a densidade demográfica atinge a média de 50 hab./km² e a ultrapassa no extremo sudoeste. A Baixada Litorânea, faixa que acompanha o litoral, apresenta quase sempre densidades inferiores à média estadual. Apenas nas proximidades de Vitória observa-se uma pequena área com mais de 50 hab./km². A parte norte da baixada litorânea é a menos povoada do estado. Seis municípios (Vila Velha, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares) concentram mais de 45% da população do Espírito Santo (1975).60
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado, considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,802, sendo o sétimo maior do Brasil e o terceiro maior da Região Sudeste.61 Considerando apenas a educação, o índice é 0,887 (o brasileiro é 0,849); o índice de longevidade é 0,802 (o brasileiro é 0,638) e o índice de renda é 0,715.61 A renda per capita é de 20 231 reais.62 Entre 1991 e 2000, o estado registrou uma forte evolução tanto no seu IDH geral quanto na educação, longevidade e renda, critérios utilizados para calcular o índice.63 A educação foi o critério que mais evoluiu em nove anos, de 0,763 em 1991 para 0,855 em 2000, e em 2005 o valor passou a ser 0,887.63 Depois da educação, vem a longevidade, que em 1991 tinha um valor de 0,653, passando para 0,721 em 2000 e 0,802 em 2005.61 63 E, por último, vem a renda, o critério que menos evoluiu entre 1991 (0,653) e 2000 (0,719),63 descendo para 0,715 em 2005.61 Quanto ao IDH-M, que é uma média aritmética dos três subíndices, a evolução também foi significativa, passando de 0,690 em 1991 para 0,765 em 2000, e em 2005 o valor passou para 0,802, saindo da categoria de médio IDH e atingindo o patamar de Índice de Desenvolvimento Humano elevado.61 63 O município com o maior IDH é Vitória, capital do estado, com um valor de 0,797, enquanto Água Doce do Norte, situado na Mesorregião do Noroeste Espírito-Santense, tem o menor valor (0,563).64
O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social, é de 0,50, sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o melhor.65 A incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 30,88%, o limite inferior da incidência de pobreza é de 29,04%, o superior é 32,73% e a subjetiva é 28,51%.65

Religião

Religião no Espírito Santo66
Religião

Porcentagem
Catolicismo romano
  
63,06%
Protestantismo
  
24,96%
Sem religião
  
9,61%
Espiritismo
  
0,72%
Outros
  
0,17%
Apesar de tradicionalmente o Catolicismo ser a religião mais professada no Espírito Santo, nas últimas décadas houve grande aumento no número de evangélicos. Segundo o Censo 2010, a Igreja Católica é a religião de 53,4% dos capixabas. Divide-se administrativamente em uma arquidiocese, a Arquidiocese de Vitória, e três dioceses: Diocese de São Mateus, Diocese de Colatina e Diocese de Cachoeiro do Itapemirim.67 Na Igreja Católica, destaca-se o Convento da Penha,68 que é um dos principais monumentos históricos do estado68 e a Basílica de Santo Antônio.69 Ainda segundo o Censo IBGE 2010, as Igrejas evangélicas são seguidas por 33,1% dos capixabas, o que faz do Espírito Santo o estado mais evangélico do Brasil. São muitas as igrejas evangélicas, sendo a maior a Assembleia de Deus em suas várias ramificações, seguida da Igreja Cristã Maranata, fundada no estado há 43 anos e da multifacetada Igreja Batista e da Igreja Universal do Reino de Deus. É possível encontrar também praticantes de religiões de origem africana, além de espíritas e outros.70 O luteranismo também está presente em todo o estado, mas é nas regiões serranas, onde há maior quantidade de descendentes de alemães e pomeranos, que sua presença é mais forte.71
É no Espírito Santo que se encontra o Mosteiro Zen Morro da Vargem, primeiro da América Latina,72 localizado em Ibiraçu72 e aberto a visitação, no estado também foram construídos o Convento da Penha, 1º convento do Brasil em 1555,73 e a primeira igreja luterana da América Latina.74
De acordo com dados do censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Espírito Santo está composta por: católicos (53,4%), evangélicos (33,1%), pessoas sem religião (9,61%), espíritas (0,72%), budistas (0,02%), muçulmanos (0,00%), umbandistas (0,14%) e judeus (0,01%).66

Etnias

O censo do IBGE de 2010 revelou os seguintes números: 1,7 milhão brancos (48,6%), 1,5 milhão Pardos (42,2%), 293 mil Negros (8,4%) e 0,8% amarelos (21,9 mil) ou Indígenas (9 mil).75
A população do estado, assim como no resto do Brasil, foi formada por elementos indígenas, africanos e europeus. O Espírito Santo, no século XIX, contava com uma grande população de origem indígena e africana. Depois da colonização portuguesa, a partir do século XIX o estado recebeu levas consideráveis de imigrantes, na maioria italianos, mas também alemães, portugueses e espanhóis.76 77

Indígenas

Os índios formaram a maioria da população do Espírito Santo nos primeiros dois séculos de colonização. Havia grande número de índios submetidos à escravidão nessa capitania. Além dos escravos, também havia indígenas nas aldeias dirigidas pelos jesuítas e índios aliados e submetidos aos portugueses. No século XIX, ainda havia uma grande população ameríndia na região. Segundo o censo provincial de 1824, os índios constituíam 16% da população total e 26% da população livre do Espírito Santo. Em 1856, essa proporção havia caído para 12% e 24%, respectivamente. A proporção dos índios na população foi caindo ao longo do século, uma vez que a expansão do café já atraía grande número de pessoas das províncias vizinhas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, de escravos africanos e de imigrantes europeus. Assim, em 1872, os índios eram 9,3% da população livre e 6,7% da população total.76
Todavia, não se pode apenas levar em conta o número da população indígena, uma vez que a miscigenação entre homens portugueses e mulheres indígenas foi muito grande no início da colonização e, quando esses filhos mestiços eram integrados às famílias de seus pais, não mais eram contados como indígenas.76

Africanos

A presença de negros deve-se, como em todo resto da federação, ao passado escravocrata. Nota-se a forte presença do negro no estado, desde o século XVI, com as principais concentrações em São Mateus (o maior centro de escravos da capitania), Vitória, Cachoeiro do Itapemirim. Essa concentração predominantemente no litoral onde localizavam-se os latifúndios escravistas, pois no interior, as plantações eram na forma de pequenas propriedades, cultivadas por imigrantes europeus. Segundo alguns historiadores, mesmo após 1850, com a proibição do tráfico, essa região ainda recebeu escravos provenientes do contrabando.76
O recenseamento de 1789 mostrou que os escravos africanos compunham 40% da população do Espírito Santo. Em 1824, em uma população de 35 mil habitantes na província, 13 mil (37%) eram escravos. Entre 1830 e 1850, com a expansão da cultura do café, os portos do Espírito Santo eram locais de contrabando de escravos, que iam principalmente para o sul, onde se expandiam as plantações de café, região que também atraía grande número de mineiros e fluminenses com seus escravos, de modo que o número de pessoas escravizadas quase dobrou até 1856 e quase dobrou novamente até 1872. O Espírito Santo era a segunda província com maior proporção de escravos do Brasil, atrás somente do Rio de Janeiro. Com o tempo, a miscigenação e as alforrias fizeram crescer o número de pretos e pardos entre a população livre, ao ponto de, em 1872, 46% dos livres na província serem pretos ou pardos e 45% brancos.76
Segundo o censo do IBGE de 2010, 48,6% da população capixaba se declarou de cor parda e 8,4% de cor preta.78

Portugueses

A presença portuguesa no estado remonta ao período da colonização. Como a maioria dos colonos eram homens, se miscigenaram em larga escala com as mulheres indígenas e africanas.76 Após a independência, o Espírito Santo ainda recebeu um considerável número de imigrantes portugueses. Entre 1812 e 1900, foi computada a entrada de 1.748 portugueses. O primeiro empreendimento de colonização oficial no Brasil se deu em 1812, na capitania, com a vinda de 250 indivíduos dos Açores, que ocuparam a Colônia Agrícola de Santo Agostinho, onde atualmente se localiza o município de Viana. Posteriormente, chegaram imigrantes das regiões de Beira Litoral, Douro Litoral, Beira Alta, Alto Douro e Trás os Montes.77

Italianos

Regiões de origem dos italianos entrados no Espírito Santo (1812-1900)77
Região Número de imigrantes
Vêneto 8.671
Lombardia 4.392
Trentino-Alto Adige 3.043
Emilia-Romanha 2.282
Piemonte 1.195
Friuli-Venezia Giulia 854
De outras regiões 1.686
Não consta 10.777
Total 32.900
O Espírito Santo abriga uma das maiores colônias italianas do Brasil.79 Os imigrantes foram atraídos para o estado a fim de ocupar inicialmente a região das serras.80 81 Os imigrantes foram obrigados a enfrentar a mata virgem e foram abandonados pelo governo à própria sorte. A situação de miséria vivida por muitos colonos fez com que, em 1895, o governo italiano proibisse a emigração de seus cidadãos para o Espírito Santo.82 Devido ao isolamento de mais de um século, as colônias italianas do interior do Espírito Santo ainda mantêm costumes dos imigrantes e muitos dos descendentes ainda falam dialetos italianos.83
Ficheiro:Casa Lambert.jpg
Casa Lambert, exemplar de arquitetura italiana em Santa Teresa.
No século XIX, entraram no estado 43.929 imigrantes, dos quais 32.900 eram italianos, ou seja, 75% do total. Cerca de 40% eram provenientes da região do Vêneto, 20% da Lombardia, 14% do Trentino-Alto Adige, 10% da Emília-Romanha, 5% do Piemonte, 4% do Friuli-Venezia Giulia, 2% das Marcas e 2% de Abruzzo, 1% da Toscana e 1% de Campânia e outro porcento de outras regiões.77
Os italianos vêem-se muito presentes na vida da sociedade capixaba. Foram eles quem fundaram muitas das cidades, e há ainda vários grupos de dança típica italiana e festas de inspiração italiana, assim como muita influência culinária. Municípios como Alfredo Chaves,84 Venda Nova do Imigrante,85 Afonso Cláudio,86 Santa Teresa,87 Mimoso do Sul,88 Castelo,89 Alegre, Pancas, Muniz Freire,90 Marechal Floriano,91 Vargem Alta e Muqui são exemplos típicos. A parte da presença massiva de pratos de origem italiana na mesa capixaba, outros aspectos, como os sobrenomes, atividades como a fabricação de queijo, macarrão, vinho e as plantações de uva, nos lembram essa forte influência. Outro exemplo são pequenas propriedades agrícolas que hoje retornam às raízes italianas para promover o agroturismo, um mercado potencialmente lucrativo. A primeira colônia de imigrantes italianos do Brasil foi construída no Espírito Santo, no município de Santa Teresa, em 1875. Os italianos começaram a chegar em peso a partir de 1879, 50 anos após os alemães.87
Segundo uma estimativa repetida em algumas fontes, entre 60 e 70% da população do Espírito Santo seria descendente de italianos. A historiadora Nara Saletto, todavia, faz uma crítica a esse dado. Segundo ela, não existe "qualquer informação sobre sua origem, as fontes em que se baseia, ou a metodologia utilizada".76 Outra historiadora, Maria Cristina Dadalto, vai mais longe e afirma que esse dado não passa de um "mito", pois não existe nenhuma pesquisa que comprove essa estimativa.92

Alemães

Outra notável presença no estado é a dos alemães, que foram dos primeiros a cultivar o solo mais distante da costa, começaram a chegar em 1847, fundando a vila de Santa Isabel, em Domingos Martins,93 onde foi construída a primeira Igreja Luterana com Torre da América Latina,93 a vila de Santa Isabel foi uma das primeiras colônias de imigrantes do Brasil.93 Assim como a comunidade italiana, ainda retém muitos aspectos da vida de antanho, como grupos de dança típicos e festas como a Sommerfest, em Domingos Martins, que também é de inspiração alemã.94 95
Regiões de origem dos alemães entrados no Espírito Santo (1812-1900)77
Região Número de imigrantes
Pomerânia 2.224
Renânia 247
Hesse 240
Prússia 226
Saxônia 194
Outras regiões 351
Total 3.933
Não consta 451
Outro grupo próximo ao alemão é o pomerano, que originalmente veio de uma região entre a Alemanha e Polônia,96 que sofria com a pobreza e com as invasões polonesas e prussianas.96 A principal atividade dos pomeranos é a agricultura, eles se concentram em Santa Maria de Jetibá,97 e mantém muito de sua cultura e idioma preservados, seu idioma, o pomerano,98 tem como um dos últimos refúgios o estado, onde em cidades bilíngües é usado como língua mais falada pelos habitantes, sendo até ensinado nas escolas, juntamente com o português.99
No século XIX, entraram no Espírito Santo 3.933 alemães e foi computada a entrada de 79 alemães a partir do ano de 1900, totalizando a entrada de 4.012 indivíduos. Embora contados como "alemães", a maioria desses indivíduos eram provenientes da então província da Pomerânia, principalmente da parte oriental daquela província, das cidades de Belgard, Greifenberg, Kolberg (Kołobrzeg), Kowak, Labes (Łobez), Regenwald e arredores. Essa região, desde a II Guerra Mundial, passou a fazer parte da Polônia.77
Um número considerável de imigrantes também era originário da região da Renânia, sobretudo das montanhas do Hunsrück, no vale do rio Reno. Dos alemães que foram para o Espírito Santo, 63% eram oriundos da Pomerânia, 7% da Renânia e 7% de Hesse, 6% da Prússia e 6% da Saxônia, 3% da Vestfália, 2% de Baden e 2% de Brandemburgo, 1% da Baviera e outro porcento de outras regiões.77
Esse número reduzido de alemães que imigrou para o Espírito Santo a partir do ano de 1847 se multiplicou e deu origem a uma quantidade considerável de descendentes. Segundo estimativas do historiador Jean Roche, no ano de 1930, havia 30 mil descendentes de alemães no estado (cerca de 4% da população total), número que saltou para 70 mil indivíduos em 1961 (aproximadamente 5% da população capixaba).76

Outras etnias

Também é notável a presença no Espírito Santo de outras etnias, como a dos poloneses,100 no município de Águia Branca, dos suíços, espalhados pelo estado, sobretudo na região serrana, entre Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá,101 dos austríacos,102 vindos da região do Tirol, conhecidos também como tiroleses, vivendo em Santa Leopoldina, e de um pequeno grupo de belgas, neerlandeses, luxemburgueses e libaneses, que habitam principalmente o município de Guarapari.102 103
Os espanhóis também imigraram em quantidade considerável para o estado no século XIX. Entre 1812 e 1900, foi computada a entrada de 2.620 indivíduos espanhóis no Espírito Santo, colocando-os em terceiro lugar em entradas no estado, perdendo somente para os italianos e alemães. Em relação à região de origem, eram sobretudo da Andaluzia, embora houvesse também indivíduos de Valência, Múrcia e Estremadura.77

Criminalidade

O Espírito Santo é a segunda unidade federativa mais violenta do Brasil, perdendo apenas para Alagoas, e lidera o maior índice de criminalidade da Região Sudeste do país, superando ainda mais o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. A taxa de homicídios é de 45,6 a cada mil.104
O município mais violento do Espírito Santo e da Região Sudeste do Brasil é a Serra, na Região Metropolitana de Vitória; é também o quarto mais violento do Brasil (102,4), registrando, em 2006,105 taxas médias de homicídio superiores apenas às dos municípios de Vitória, Viana, Cariacica, Linhares e Pedro Canário. O município com a menor taxa média de homicídios é Marechal Floriano, na Mesorregião Central Espírito-Santense, mais precisamente na Microrregião de Afonso Cláudio.106

Principais municípios





  • Vitória, a capital do estado, tem o segundo melhor IDH entre as capitais do Brasil, ficando atrás somente de Florianópolis,107 . Foi construída numa ilha montanhosa, o que também dificultou seu crescimento, mas foi fundamental para sua fundação de 105 km². É ligada ao continente pela Ponte Florentino Avidos,108 pela Ponte do Príncipe (Segunda Ponte)108 e Terceira Ponte ao sul,108 e pelas pontes da Passagem,108 Ayrton Senna108 e de Camburi ao norte.108 Vitória é a capital e o mais importante município capixaba. Centro comercial e cultural, destaca-se também pelos importantes portos de Tubarão108 e Vitória.108 A capital forma com os municípios de Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha a Região Metropolitana de Vitória,109 conhecida como Grande Vitória, que abriga 1.627.651 habitantes (2005),110 sendo Vila Velha o município de maior população.111
  • Serra é o segundo município mais populoso do estado, localizado na Grande Vitória. Nele ficam localizados o Porto de Tubarão e vários balneários importantes, como Jacaraípe e Nova Almeida. A cidade possui o maior polo industrial do estado, tendo em seu território os centros industriais Civit I, Civit II e o TIMS. A ArcelorMittal Tubarão também se faz presente no município, sendo a maior siderúrgica do estado e uma das maiores do país.112
  • Vila Velha é a cidade mais antiga e mais populosa do estado, com quase 500 mil habitantes, localizada na Grande Vitória; tem o segundo melhor IDH do estado. A cidade vem experimentando rápido desenvolvimento e progresso; nela fica também a principal rodovia estadual, a Rodovia do Sol. Possuí muitas fábricas, inclusive a Chocolates Garoto, maior fábrica de chocolate do Brasil, e dois portos, o de Capuaba e o de Vila Velha.113
  • Cariacica, localizado na Grande Vitória, é mais populosa que a capital Vitória, porém possui o menor IDH da região, sendo uma grande periferia da capital. A maior atividade econômica e geradora de empregos é a fábrica da Coca-Cola, a maior da empresa no Brasil. A cidade é cortada por duas das mais importantes rodovias do Brasil, a BR-101 e a BR-262.114
  • Cachoeiro de Itapemirim é o principal centro urbano do sul do estado.111 Além de centralizar grande parte da produção agrícola e pecuária desta região,115 o município destaca-se ainda pelo seu parque industrial.115
  • Linhares, na foz do rio Doce, é o maior e principal município da região norte do estado.116 Apresenta notável crescimento após o início da exploração de petróleo e gás117 e se destaca nas áreas industrial e agrícola,117 principalmente por causa da fábrica da Coca-Cola e pelas plantações de eucalipto.117
  • Colatina, centro econômico da Região Noroeste capixaba,118 com influências até o leste mineiro juntamente com Ecoporanga, São Gabriel da Palha, Nova Venécia e Barra de São Francisco.119
  • São Mateus é uma das cidades do extremo norte, sendo a segunda cidade mais antiga do estado. Seu crescimento econômico está focado na extração de petróleo e gás natural. Na cidade está localizada o CEUNES, campus Norte da UFES. Possui forte apelo turístico, principalmente de temporada. Sua principal praia, Guriri, chega a ser conhecida nacionalmente.120
  • Guarapari: cidade com um pouco mais de 100.000 habitantes, com forte vocação para o turismo, atrai muitos turistas de todo o Brasil, por causa de suas praias e ilhas.121
  • Itapemirim, município do sul do estado, vem obtendo crescimento econômico com a produção, manipulação e beneficiamento de pescados,122 e também petróleo na bacia do Espírito Santo juntamente com seus vizinhos; com os municípios de Presidente Kennedy, Marataízes, Piúma e Anchieta a região metropolitana expandida sul se consolida como uma força de crescimento para o estado.123
  • Afonso Cláudio é a mais importante e o maior município da região serrana. Com a maior população da região, se torna o maior centro econômico e industrial da região serrana.124
  • Venda Nova do Imigrante é a capital nacional do agroturismo.125 Segunda maior cidade da região serrana, perdendo apenas para Afonso Cláudio,111 abriga os imigrantes italianos, e tem um ótimo padrão de vida.126 O agroturismo é muito forte e encontram-se várias fábricas de produtos do campo.127

Política


O estado do Espírito Santo é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo e outros tribunais e juízes. Também é permitida a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.129
A atual constituição do estado do Espírito Santo foi promulgada em 1989,130 acrescida das alterações resultantes de posteriores emendas constitucionais.130



A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, em Vitória, é a sede do poder legislativo estadual.

O Poder Executivo capixaba está centralizado no governador do estado,130 que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto,130 pela população para mandatos de até quatro anos de duração,130 e podem ser reeleitos para mais um mandato.130 Sua sede é o Palácio Anchieta, que desde o século XVIII é a sede do governo capixaba.131 A residência oficial do governador fica na Praia da Costa,132 localizada no município de Vila Velha.
O Poder Legislativo do Espírito Santo é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, localizado na Enseada do Suá. Ela é constituída por 30 deputados, que são eleitos a cada 4 anos. No Congresso Nacional, a representação capixaba é de 3 senadores e 10 deputados federais.130 A maior corte do Poder Judiciário capixaba é o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, localizado na Enseada do Suá. Compõem o poder judiciário os desembargadores e os juízes de direito.130
O Espírito Santo está dividido politicamente em 78 municípios.133 O mais populoso deles é Vila Velha, com 416 mil habitantes,111 sendo o município mais antigo do estado.134 Sua região metropolitana possui aproximadamente 1,7 milhão de habitantes.135

Símbolos estaduais

Os símbolos do estado do Espírito Santo são: a bandeira, o brasão e o hino.136

Bandeira

A Bandeira do Estado do Espírito Santo foi criada em 1908 pelo Dr. Jerônimo Monteiro, então presidente do estado, e adotada oficialmente em 7 de setembro de 1909. É composta por três faixas horizontais de mesmo tamanho nas cores azul, branco e rosa. As cores representam as cores das vestes de Nossa Senhora da Penha, padroeira do estado. Ao centro da segunda faixa um arco em letras azuis traz o lema "TRABALHA E CONFIA". Esse lema foi inspirado na doutrina de Santo Inácio de Loyola, fundador da ordem religiosa Companhia de Jesus: Trabalha como se tudo dependesse de ti e confia como se tudo dependesse de Deus.137

Brasão

O brasão de armas do Estado do Espírito Santo foi instituído por Decreto-Lei, em 24 de julho de 1947, e é obrigatoriamente impresso em todos os papéis oficiais do Governo do Estado. O primeiro brasão do estado foi oficializado pela lei nº 2 de 11 de junho de 1892 e adotava como emblema a constelação do cruzeiro do sul, circundada por quatro datas notáveis para o estado e em volta as palavras "Estado do Espírito Santo". Posteriormente, através do decreto nº 456 de sete de setembro de 1909138 (revogado pela constituição brasileira de 1937),139 o brasão adquiriu as características presentes atualmente.140
Os seus principais componentes e seus significados são:141
  • Convento da Penha: Maior monumento histórico e religioso do Estado. Nossa Senhora da Penha é padroeira, a protetora do Espírito Santo;
  • Ramo de café (à direita): Representa o principal produto agrícola capixaba (desde 1850);
  • Ramo da cana-de-acúcar (à esquerda): Representa o principal produto agrícola da economia do Estado no passado (até 1850).
  • 23 de maio de 1535: Dia de chegada de Vasco Fernandes Coutinho ao Espírito Santo e início da colonização do solo espírito-santense;
  • 12 de junho de 1817: Dia do fuzilamento, na Bahia, de Domingos José Martins, herói capixaba, um dos chefes da Revolução Pernambucana, que visava à independência do Brasil de Portugal;
  • Três estrelas (acima, embaixo e à esquerda): representam os estados vizinhos (Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais).

Hino

O hino do Estado do Espírito Santo foi criado no ano de 1894. Tem como autores Peçanha Póvoa (São João da Barra, 15 de abril de 1836 - Vitória, 17 de setembro de 1904), compondo a letra, e Arthur Napoleão (Porto, Portugal, 6 de março de 1843 - Rio de Janeiro, 12 de maio de 1925), responsável pela (música).142 O hino foi oficializado pelo decreto-lei estadual nº 16.618 de 24 de julho de 1947.143
Hino do estado do Espírito Santo
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Letra
Salve o povo espírito-santense
herdeiro de um passado glorioso
Somos nós a falange do presente
Em busca de um futuro esperançoso. >>>
Estribilho do Hino do Estado do Espírito Santo.144

Subdivisões

Imagem mostrando a divisão do estado de Espírito Santo em mesorregiões, microrregiões e municípios.

Mesorregiões

Uma mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Foi criada pelo IBGE e é utilizada para fins estatísticos e não constitui, portanto, uma entidade política ou administrativa. Oficialmente, as quatro mesorregiões do estado são:

Microrregiões e municípios

Além da mesorregião, existe a microrregião, que é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988, um agrupamento de municípios limítrofes, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por lei complementar estadual. O Espírito Santo é dividido em treze microrregiões. São elas: Vitória, Afonso Cláudio, Guarapari, Santa Teresa, Linhares, Montanha, São Mateus, Barra de São Francisco, Colatina, Nova Venécia, Alegre, Cachoeiro do Itapemirim e Itapemirim.149
Por último, existem os municípios (as menores unidades autônomas da federação), que são circunscrições territoriais dotadas de personalidade jurídica e com certa autonomia administrativa.150 Em geral, o Espírito Santo está dividido em 78 municípios, sendo a vigésima unidade de federação com o maior número de municípios e a quarta e última do Sudeste (atrás de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro).151
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